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Desde 17 de Agosto 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

REGRESSO DE ORFEU Clamor - NEVES Orlando

REGRESSO DE ORFEU
Clamor

Do lado do tempoia te forçam. A melhor
das coisas é a água. Sob o último
tremor do crepúsculo, dipõem-te a mesa
da vida que hás-de celebrar. Na face opaca
dos vivos, eis o grande vento dos prodígios
que deves encarecer e dele colher todas
as qualidades. E levarás, assim dizem,
no archote da vitória o chicote
do fogo árduo e deverás também falar
do inverso dos antepassados ou do ardor
da memória. Ó vida, talha nova de
festa, vã palavra exaltada de deus!
Amarás teus irmãos e as coisas perecíveis,
manterás para sempre os ombros brilhantes,
mais húmidos do que a sombra da entrada
das florestas. Cuidarás das lágrimas como
de nevoeiros, os ruídos retumbantes
elevarás, em carros de ouro, em louvação
das frescas núpcias de teus filhos. Perderás
a voz amável sob o crepitar das trevas
cálidas e saudarás a efemeridade
da raça humana. Como um imolado, extinto
eco, esquecerás o louro cabelo de
eurídice e o domínio encantador
dos doces animais. Acerca-te sozinho
da luz, invoa a história, festeja
os recém-chegados ao banquete perfeito
que o desejo canta. Terás de ser o preçário
vencedor da audácia, da rapidez, do prémio,
agora que, supliciado viajante,
reentraste na mansão coroada de heras
onde a voz da terra úbere e dos céus trespassados
se fará a tua arma exterminadora.
Não demandarás o caminho às palavras
nascidas solitárias. Pelo longo chão
de cronos, em horas mal-amadas, areias de lodo
e movediças brisas de sol exemplar,
descobrirás, pelas preces das árvores errantes
que a água cria, os fluentes corpos de mármore
tornados inquebrantáveis pelo sono ardente
das acrópoles e serás a imagem breve
e jubilosa que calará os secretos
mágicos cânticos interiores. Vai,
num murmúrio preciso e exacto, resguardar
a multiplicidade do fogo e erigir
em respiração firme, desvario lúcido,
a possuída estátua das estrelas
no corpo amendoado de um novo deus.
Leva aos homens o fôlego dos mares incertos
e a névoa do olvido, as solares cidades
do silêncio, a fulva carne das deusas,
as matinais florescências da primavera
ou o fresco clamor das águas de verão.
Cumpre-lhes a vontade nas magnas sentenças,
conta-lhes as vetustas grandezas e as margens
proibidas da noite. Fala-lhes dos abismos,
das lágrimas das pedras, dos lentos cortejos
das aves moribundas na instrumentação
concertada das palavras jamais ouvidas
e dos ventos. Não repouses nos teus trabalhos,
no teu canto escurece o teu canto, recebe
os maduros frutos, as sombras familiares,
clama por toda a parte o seu louvor, extingue
o incêndio da tua lira de ouro,
suga em ti mesmo o mais profundo do teu sangue,
derrama sobre os homens a tua clausura.
Aprende a querer e a não querer, desnuda
e cala o teu proprio segredo, levanta
e descai as tuas mãos de jubilo solar
e de refluxo terreno. Ao sopro do vento,
povoa e despovoa as cidades plácidas
e de todos os frágeis modelos da inocência,
com trémulos dedos de cego, criarás
a fome voraz das aranhas, o espanto
e o sangue que a chuva risca nos espelhos.
Tu, que por entre alas de aves irás entrar
nas ocultas lágrimas, na origem das águas,
jamais te perguntes porque vives e vive.
Como um lento pássaro ferido e impassível
nenhuma musica te anunciará,
nem altos requiens lamentarão teu canto
passado.Já não podes desistir. As coisas
não páram, caminham e, animal detido,
íntegro e pouco, te espera, de novo, a morte.
À tua vinda não rugirão os exércitos,
nenhuma montanha se desmonorará
nem ao fragor do teu regresso hão-de mover-se
os tronos da terra. Anónimo virás
como as angústias ou longínquo como
a nuvem que nunca retoma o seu lugar.
Assim te vão receber os homens em fúria,
carentes da beleza que jamais procuram,
plenos de astúcia contra o desconhecido.
Assim chegarás, tão nu, pobre, tão inútil
qual o largo vento musical que nas líquidas
planícies nada altera, senão por breves
segundos. Não quebrarás a que dizem justa
paz dos servos, os muros, o fio das armas
e serás responsável por todas as dúvidas.
Réu, vítima e mão culpada hão-de cominar-te
o excesso de ti e ácido, árido, ázimo,
o teu pão de vida se ocultará no medo
do teu povo, porque és pedra caída sobre
o tempo e o mundo, vinda do tempo e do mundo
e te sufocarão. Ó clamor da grande noite
sonora e vazia, sete vezes saída da terra,
recebe o silêncio como uma estocada
e às amplas águas conduz a serena ave!
Na imprecisa condição do corpo golpeado
tu, que de morrer te cansaste, em tuas mãos
de suícida lavrarás o ar do amanhecer
e ao rubro do sonho, indócil pescador,
furtarás o cântico, essa pequena pátria
que te cativa. Em teu fazer-se te farás,
como prémio das palavras com que descerras
a chuva e o peito dos homens. Não recuarás,
indómito, ante as hastes do touro ou a cínzea
reseda que, pela primavera olorosa,
crescerá e pouco a pouco se fundirá
na textura dos teus ossos. Aqui te ofereces,
ó surpresa esparsa, em obstinados segredos,
ó fulminante nuvem! Cumpre-te clamar,
árvore única da terra, construcção de pássaros,
pela ordenação do mundo, coração mudo
onde a inconsútil tez do tempo vai urdindo
o erosivo verbo, a inexorável pedra.
E no reverso da prata, exausta folha,
todas as dúvidas proulgarás, instância
suprema da viagem nas pistas da treva.
Pastor do calor das tardes é leve e alta
a névoa da noite, secreto o som da água
e chegas ao quieto mar coroado de neve.
Que dor a de te saber vivo, sofrido corpo,
rumor d fábula! E ai de ti que foste vento
e és mansa madeira, desamparado voo.
Ó frémito do lugar que deixas, ó oferenda
do olhar, quase lágrimas, com que assomas
no oscilante jardim de paisagem nenhuma,
cinza e geena de dores, fome de fumo.
Inutilmente te resta, na orla do tempo,
onde nada flui, a água cerimonial
do amor, o imenso absoluto das palavras,
o transe lógico do sonho. Mas, bendita
será a tua boca no almar das brisas,
na morte dos crepúsculos. Que jamais teu nome
em vão seja usado e que no teu novo canto
se antecipe o exercício das águas!
(...)

in NOEMA Poesia (1991)

www.bibliothequeduvalais.blogspot.com
tem 1 exemplar dsponivel da obra NOEMA Poesia (1991) - 25 €
Para encomendar ou saber mais sobre a obra deverá contactar voarnapoesiablog@gmail.com




 
Orlando Loureiro Neves nasceu em Portalegre, Portugal, a 11 de Setembro de 1935, fez os seus estudos primários em Lisboa e nas Caldas da Rainha, os secundários em Lisboa (Liceu Gil Vicente), no Porto (D. Manuel II), Guimarães (Liceu Nacional de Guimarães) e, de novo, no Porto (Liceu D. Manuel II). Dispensando do exame de admissão, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, tendo-se licenciado em Junho, 1958, com 22 anos.


Na Faculdade de Direito, foi director cultural da Associação Académica, tendo colaborado na criação do Grupo Cénico da Faculdade. No ano lectivo de 1957-1958 foi eleito Presidente da Associação Académica, intervindo, directamente, como elemento da coordenadora RIA (Reunião Inter-Associações) nas contestações ao célebre decreto 40.900, o rastilho das revoltas estudantis que se seguiram.


Foi, também, fundador e primeiro director da revista, órgão da Associação Académica, Quadrante.


Durante curtos meses foi subdelegado de procurador da República, cargo que abandonou para se dedicar à candidatura à advocacia. Cedo reconheceu que não era essa a sua vocação. Entrou para os quadros dos Emissores do Norte Reunidos, onde foi locutor, produtor e autor de programas radiofónicos de natureza geral e cultural (introduziu na Emissora programas de teatro radiofónico fazendo passar, pela primeira vez, peças de autores proibidos pela Censura, então ainda pouco atenta às estações de rádio particulares; ali apresentou, por exemplo, em estreia, em Portugal, Brecht e a sua peça em 1 acto, Aquele que diz sim e aquele que diz não). No mesmo período colaborou, com assiduidade, no Rádio Clube Português, delegação do Norte.


Trabalhou, no Porto, como director dos serviços de Publicidade e Relações Públicas da fábrica EFACEC, sendo igualmente director da ADEFA (Associação do Pessoal da EFACEC). Nessa qualidade promoveu a ida às instalações da fábrica (para serem homenageados e falarem aos trabalhadores) dos escritores Ferreira de Castro e Aquilino Ribeiro, este, seu amigo pessoal. Também na EFACEC, por sua iniciativa, se realizou o que foi considerado pioneiro: o Teatro Experimental do Porto deslocou-se às instalações e, no meio das máquinas, em palco improvisado, representou duas peças de teatro (de Almeida Garrett). Estas realizações foram suspensas devido a pressões políticas.


Na época e dado o seu interesse pelo Teatro, foi um dos colaboradores do Grupo de Teatro Moderno dos Fenianos da cidade do Porto, dirigido por Luís de Lima.


Convidado pelo Prof. Noronha Feio, fez parte, como Vice-presidente, da lista vencedora das eleições para os corpos directivos do Teatro Experimental do Porto. Nos dois anos seguintes foi eleito Presidente. Nesses anos procedeu a uma revitalização do TEP, após a saída de António Pedro. Foi, então, que a seu convite, Carlos Avilez, se estreou, profissionalmente, como encenador e, mais tarde, Rui de Carvalho, que convidou para actor e director da Companhia, onde se manteve por uma ou duas épocas. Contratou para o elenco de TEP, além dos nomes citados, entre outros, Glicínia Quartin, Fernanda Alves, Alina Vaz, tendo também proporcionado a Ernesto de Sousa a sua estreia como encenador. Nessa época, igualmente, trouxe, de grupos de amadores e universitários, para o profissionalismo, actores como António Montez, Mário Jacques, Júlio Cardoso, David Silva, Augusto Leal, etc. Fundou e dirigiu o Boletim do TEP, que era na prática uma revista de teatro.


Em 1965 volta a Lisboa e entra para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, como documentalista, director de publicações. No ano seguinte, ao ser convidado pelo Engº Manuel Rocha para fazer parte do quadro, recusou-se a assinar a declaração de não-prática de actos contra a política do Estado Novo, pelo que, apesar da sua nomeação estar já assinada pelo Ministro Arantes e Oliveira, não pôde permanecer no LNEC.


Entra, seguidamente, para a redacção do jornal República, na direcção de Carvalhão Duarte e Alfredo Guisado. Aí inicia a profissão de jornalista, especializando-se nos temas culturais, sendo durante anos, crítico de teatro e televisão. Encarrega-se da coordenação de vários suplementos como Um certo humor, Jornal de Crítica, República Juvenil e O assunto é Teatro, primeiro e único suplemento de um diário com a temática de teatro. Entretanto, fazia parte da redacção da revista Vida Mundial onde, além do trabalho de carteira, crónicas, entrevistas, etc desempenhava as funções de crítico de teatro e televisão. Abandonou a redacção, juntamente com cerca de uma dezena de jornalistas, em 1969, aquando das eleições para a Assembleia Nacional, por a direcção da Revista ter tomado a decisão de colocar a publicação ao serviço da União Nacional.


Durante estes anos de permanência na República cria a Livraria Opinião, na Rua Nova da Misericórdia. Juntam-se-lhe algumas dezenas de escritores e outras personalidades e surge a Opinião SARL, uma livraria que fez época pela originalidade da organização do seu espaço, distribuído por quatro andares, como livraria, galeria de Arte (dirigida por Leonor Praça) e bar (no último andar) e pelos lançamentos de livros que causaram, pela enorme afluência, problemas com a polícia política.


Nos anos de jornalista assalariado fez dezenas de traduções, editadas, em especial, peças de teatro, a maioria destas representadas ou emitidas em teatro radiofónico.


Em 1971-1972 é convidado, pelo recentemente instalado Círculo de Leitores, para dirigir a sua revista de livros. Meses depois, a direcção alemã-espanhola do Círculo convida-o para director literário, pelo que foi compelido a abandonar a redacção da República e a Livraria Opinião. No Círculo de Leitores passa a orientar a programação de livros e discos. A partir de 1973 acumula o cargo de director literário e musical com o de director de produção de livros e discos. Em Julho de 1974 foi despedido, sem justa causa, pela administração alemã, por, após o 25 de Abril, ter colaborado e presidido à Assembleia Geral de Trabalhadores que decretou, em Maio de 1974, uma greve de reivindicações salariais.


Ainda em Julho de 1974 assume a direcção literária e de produção da Portugália Editora onde cria várias novas colecções, acertadas com o tempo democrático e de grande êxito junto do público. Todavia, em Dezembro do mesmo ano, sai, por discordância com os então proprietários da Editora, que pretendiam uma viragem extrema (politicamente) da orientação editorial. O seu acto de saída, divulgado por toda a comunicação social, recebeu o apoio público de grande número de escritores, entre os quais José Gomes Ferreira, autor contratado da Portugália.


Em Fevereiro de 1975, funda com outros escritores, a Cooperativa Editorial Diabril para a qual leva José Gomes Ferreira de quem publica várias reedições e novos títulos.


Durante a existência da Companhia Nacional Popular de Teatro, dirigida por Carlos Wallenstein, no S. Luiz, em Lisboa, foi o director de Relações Públicas e Acessor para a Comunicação Social.


Regressa ao jornalismo como free-lancer. Colabora, regularmente nos jornais A Luta e Expresso, onde faz, no primeiro, crítica de televisão e, no segundo, crítica de teatro, televisão e livros. Passa, depois, para o Diário de Notícias em 1980, onde publica crónicas, crítica de rádio (as rádios locais elegem-no, em 1986, o melhor crítico de rádio), crítica de teatro e televisão, numa colaboração diária.


Durante um ano, em 1980, é autor e apresentador do programa cultural semanal Manta de retalhos, na RTP-1, considerado, unanimemente, pela crítica da época como o melhor programa cultural de televisão feito até então. Na mesma altura, foi co-autor da primeira série do programa radiofónico Pão com manteiga.


Em 1984 encena no Teatro Nacional D. Maria II, na direcção de António Braz Teixeira, por quem foi convidado, a peça de Vicente Sanches, A birra do morto, que obteve o Prémio Revelação em Encenação da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.


Em 1985-1986 encena, na Fundação Gulbenkian, no ciclo Retorno à Tragédia, as peças À procura da Tragédia, e, de Jorge de Sena, O Indesejado, primeira encenação desta peça, que foi escolhida como um dos cinco melhores espectáculos do ano, pela SEC.


Em 1992, aquando da remodelação do Diário de Notícias, sai, passando a dedicar-se, exclusivamente, à profissão de escritor.
Outras Actividades Culturais:
Para além das já mencionadas, foi fundador e primeiro presidente do Cineclube Universitário do Porto, membro da direcção da Casa de Imprensa de Lisboa, director da ompanhia Teatral Rafael de Oliveira (na sua fase amadora), vice-presidente do Clube de Jornalistas de Lisboa, presidente da Associação Património XXI, dedicada à defesa do património monumental do País, vice-presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, presidente da Associação Cultural Sol XXI que tem organizado, por todo o País, vários encontros e jornadas de divulgação cultural.


Dirigiu ou co-dirigiu as publicações, além das citadas: A Cidade (1959/1960) revista cultural e de actualidades, publicada no Porto, proibida posteriormente; Coordenada, revista cultural do Porto, suspensa; Memória do Cinema (1980), revista de cinema; Património XXI (1982/1984), revista sobre o património; Sol XXI, revista literária e cultural até à publicação do seu número 17.


Ao longo da sua vida colaborou em jornais e revistas de todo o País, das quais se destaca: Bandarra, Vértice, Europa, Távola redonda, A esfera, Planície, Mundo, Século Ilustrado, Jornal de Letras e Artes, Jornal de Notícias, O Comércio do Porto, Diário de Coimbra, Diário Ilustrado, Diário Popular, Jornal do Fundão, Europeu, Jornal de Letras, Artes e Ideias, Letras e letras, Sirgo, A cidade (Portalegre), Colóquio/Letras, Calípole, Sol XXI, etc.


Obras publicadas


Poesia: Sopapo para a destruição da felicidade (1959); O silêncio na cidade (1963); Canção para o jovem país (1963); Respondo por mim (1971); O corpo e a voz (1973); Morte minuciosa (1976); Diário da desordem, fragmentos (1984); 20 ironias literais (1985); Morte minuciosa, 2ª edição, refundida e aumentada (1986); 3ª edição (1996); Trovas da infância na aldeia (1987); Regresso de Orfeu (1989); Odes de Mitilene (1990); Lamentação em Cáucaso (1990); Ulisses e Nausica (1990); Noema (1991); Decomposição – A Casa (1992); Mar de que futuro (1993); Organon para a decifração da poesia (1993); Loca obscura, pranto de Leonor de Sepúlveda (1994); Poesia (1995); Máscaras (1997); Nocturnidade (1999); Diário de Estar e Ser (2000); Clamores (2001).


Ficção: Pélias ou a aventura da Argo (1961), contos; A condecoração (1984), contos; Morte em Campo de Ourique (1987), romance; Morta em Vila Viçosa (1991), romance; Rua do Sol (1992), contos; Histórias de espanto e exemplo (1993), contos; Memórias de um rufia lisboês (1994), romance; Fabulário (1995), fábulas; Torrebriga – Cenas da Vida no Interior (1999), romance.


Teatro: A Execução, seguida de seis peças em um acto (1966); Humor Próprio, com colaboração (1975); Crisântemos e Malmequeres (1987), não publicado, mas representada pela Companhia de Teatro Reportório, no Trindade; 30 Anos de Teatro (1993), recolha de críticas e ensaios sobre teatro.


Literatura Infantil: O mundo dos porquês, com colaboração (1969); Os brinquedos do Tozé fizeram banzé, teatro (1978); Aventuras de animais e outros que tais, teatro, com colaboração (1982); Histórias da Ana Alexandra, contos (1988); Aventuras do Gato Chalupa, contos (1988); O Tio Maravilhas, teatro (1991); O mosquito zzzz.... Zzzz, teatro (1992). As peças de teatro infantil citadas foram todas representadas por companhias profissionais e por vários grupos de teatro amador.


Crónica: Lisboa em crónica (1968); Diário de uma revolução, com colaboração (1979); Eanes, um presidente no curso da constituição, com colaboração (1979).


Obras várias: Pão com manteiga (1º volume), com colaboração (1981); O castelo medieval e a cultura coeva (1984); De longe à China, com colaboração (1988); Dicionário de frases feitas (1991); Dicionário das origens das frases feitas (1992); Dicionário do palavrão e afins, com colaboração (1994).


Antologias e colectâneas onde tem colaboração: Modernistas portugueses (1960); Poesia portuguesa do pós-guerra (1965); Hiroxima (1967); 800 anos de poesia portuguesa (1973); Experiência de liberdade (1976); Ilha dos Amores (1984); Poetas alentejanos (1986); Lisboa cidade de elevadores (1986); Água Clara (1987); Histórias nunca lidas (F. Gulbenkian) (1991); Antologia de homenagem a Cesário Verde (1991); Poetas escolhem poetas (1992); Contoário (1993); Poemabril (1994).
 

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