Um Ciclo de Vida
Rebenta...no cair da Folha
Desliza no Vento
O Tempo...
Que se sucede
Ao Estio
E antecede
O Inverno.
Digamos que Seja
O renovar
Em tons
D'amarelado,
Que o Vento
Frio
Varre no despir
Das Árvores.
Vestem-se
Os Campos de mui
Folhagens,
Roupagens
D'Outono
Chegado.
Sente-se...
O arrepio,
No borbulhar
Das Nuvens.
O Sol
Se esconde no mistério,
E os Dias encolhem.
Encolhem...
E desdobram-se...
Em sons
De pequenas gotículas.
São os vasos da prolífera
Estação,
Que pedem consolo...
Na Castanha assada
Estaladiça
Recortam-se
Doces Sorrisos,
Que se deleitam
Em Água-pé.
Fogueiras no Lamiré,
Breve
Calor.
É urgente acalentar
O Coração,
Dos tons
Térreos, Inferno
Que se avizinha.
Saboreai o Rebuçado
Na diplomacia,
Degustando
Todas as particulas,
Para que o Outono
Seja...
prolongado.
E, Vivamos
Em Harmonia
Para desfrutar
O sabor
Do Cálice da Vida.
É Outono
Em sua Vinda,
De mui
Ventos.
Sejamos...
Primavera
Na sua chegada
Para o Viver
Em Pleno.
Cultivai os bons
Momentos,
Para as Horas
Mais amargas.
Um pouco por todo
O terreno
Cheira a mudança,
Noviça
Que germina
Camélias de mui
Cores.
Breve
Na linha
Das árvores
Se escreverá
Folha.
E a aguarela
Crescerá
No pergaminho
Do Outono.
Que Seja...
Divino, banhos
De Esperança,
O renovar
Do Caminho
Que nos traz mui
Dissabores,
Mas também
Grandes Amores.
Propício cantinho
A namorados,
Esconderijo de mui
Segredos.
Trocam-se
Beijos
Em pau de canela,
A mistura no café tão
Desejado.
Sejamos...
Brisa de Outono,
Vivamos...
Felizes no Presente,
Recolhendo
As Folhas
Em toda a sua extensão,
Para que possamos
Dizer no Futuro
Que o Inverno
Não esfria.
Bem-Vindo...
Pois Somos
Gente de bem,
Mui mérito,
Vistas largas.
Colheremos
Os Desejos
Na Romã cobiçada.
Agradeçamos
O revestir do Coração
P'las Folhas d'ouro,
Parras frutíferas,
Fortalezas
Que jamais derrubarão
Quem acredita na Natureza.
E nunca será gelo,
Nada nos consumirá,
Nem as chuvas agrestes,
O Outono
Nos ensinou,
Com a sua destreza,
A voar.
Entre o que És
E o que vestes
Brilha o Sol
Da Tua Existência,
Teu Tesouro.
Sejamos...
Primavera
Na Essência,
Para receber
De Braços abertos
A Nova Estação.
A que nos dará a rotação
Que ambicionamos
Para calejar
O Corpo
E descontrair
Os tecidos
Em vasos de tons
Ocres,
Muralha de cinco Sentidos.
Fogueira à vista,
Tudo o mais não importa,
Breve
Se derrete
Nas labaredas,
E o que resta é o calor
D'Alma,
Em ditongos d'Amor.
Reina neste Império
A suavidade que verte
Na Fonte
Do Pensamento,
Um Breve
Vento.
E Tudo o que És
Será Fruto
Do Passado,
Vida no Presente,
E despedida
No Futuro.
E no Outono
Da Vida
Revestirás
A Alma
De Juventude
Para cobrir
Os galhos
Já grisalhos
De Cores
D'Esperança
E Amor.
22-09-2012
Imagem no topo- "Outono"- Pintura de José Malhoa
Outono é um quadro do pintor português José Malhoa, pintado na Quinta da Fontinha, Figueiró dos Vinhos, pelo Outono de 1917, assinado e datado no início de 1918. Pintura a óleo sobre madeira.
O quadro está no Museu do Chiado de Lisboa.
RÓ MAR
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