Letra para um - Fado -
do Maestro Alves Coelho
I
Horas de amor e de encanto,
Ligeiras como andorinhas,
Risonhas horas que eu canto,
Saudosa de tel'as minhas.
Horas tão lindas de amor,
Passaes bréve;
Assim como passa a flôr,
Que perde o aroma e a côr,
Mal se lhe toca de léve.
II
Horas que morrem n'um beijo,
Que a brisa leva ao passar;
Passam... mas fica o desejo
De novamente as gozar.
Horas divinas, bemditas,
Sem ter par;
Mal sabe o que são desditas,
Quem ouviu palavras ditas,
N'essas horas de encantar.
III
Horas que ficam nas vidas,
Vibrando como crystaes;
Mal sôam, lá vão, perdidas...
Mas não se esquecem jamais!
Horas de tanta doçura,
Tão ditosas!
Feitas de funda ternura,
De paixão e de loucura...
Como fugis pressurosas!
IV
Horas que brilham, passando,
Como rozarios de estrellas,
Que o coração vae rezando,
Com os olhos fitos n'ellas.
Horas de amor, tão fagueiras,
Tão felizes!
Como passando ligeiras,
Nos envolveis, traiçoeiras,
Nas vossas fortes raizes.
Julia Eugenia Silva de Pereira in SUSPIROS Versos e Prosas (1913)
www.bibliothequeduvalais.blogspot.com tem 1 exemplar disponivel de SUSPIROS Versos e Prosas (1913) (38€)
Para adquirir ou saber mais sobre a obra, mencione a intenção em comentários.
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