FELIZ NATAL

Ana Stoppa

 

 

 

 

O Melhor Presente De Natal

Distante das vitrines coloridas, ao som das canções
natalinas vivem aqueles que a vida permite enxergar
apenas o cinza concreto do abandono.

Distante das mesas nababescas, dos presentes caros,
da flores de plástico, dos risos pré fabricados, dos robóticos votos de um Feliz Natal, encontram-se aqueles que trilham
as plácidas estradas da simplicidade.

Pilha de brinquedos de pilhas, pilham a cabeça dos pais que
não dispõem e do vil metal para adquirir o sonhado presente.

Presentes em excesso recebem aqueles cujos dicionários a vida omite a palavra não.

No casebre de teto furado pode se ver as estrelas sob o tapete azul do firmamento.

Em muitas mansões suntuosas a luz de mercúrio se presta para iluminar o martírio.

É Natal, e entre os extremos da desigualdade transitam os sonhos e a esperança, a paz e a felicidade.

O amor não faz morada no ouro.

No ouro do egoísmo da discriminação da ganância, do orgulho, da indiferença.

Sentimentos são como pequeninas plantas frágeis - carecem de cuidados.

Tolos dos que imaginam ser o Natal um momento para exageros alimentares, ostentação nos presentes, excessos de bebidas, arrogância, poder.

Na simplicidade do existir mora a sabedoria, o equilíbrio, o amor e a paz.

Mais diriam o que tem tudo a ver tudo isso a ver com o Natal...

Basta lembrar o celeiro de palha conhecido como manjedoura onde o Filho de Deus veio ao mundo.

No singelo berço, rodeado de animais, sob a luz da estrela guia nasceu Jesus para amenizar nossos dias.

O bondoso Jesus que segura em nossas mãos em cada estreito do existir.

Jesus imolado, ultrajado, crucificado.

Jesus que aniversaria em dezembro.

Jesus ressuscitado no terceiro dia para morar na casa do Pai.

Na serenidade da prece agradeçamos o dom da vida,

clamemos pela misericórdia, entreguemos nossos fardos.

O melhor dos presentes que se pode almejar é o dom da vida, o perdão das falhas, a doação e o amor ao próximo.

Presente, silêncio.

Presente em demasia deixa alma em agonia.

Repartir - o caminho para a redenção.

O melhor dos presentes - crer na eternidade, ser sábio na curta passagem, jamais perder o alto astral.

Ser amigo, positivo, solidário.

Deixemos os bens materiais em excesso para aqueles que ainda não se matricularam na escola da existência.

Peçamos a Deus somente o necessário - no amor, na paz, no conviver, no amor, no carinho, na paz.

Os excessos empobrecem o coração, posto que plantam um terrível vazio nas almas.

Que Deus nos capacite para que neste Natal possamos presentear o semelhante com abraços fraternais, respeito, carinho e solidariedade.

Nada custa, e o simples gesto para atender aos que nos clamam por ajuda,demonstra a grandiosidade ds almas que vivem em comunhão com Cristo.

Cristo que vela a menina, que está nas esquinas com os segregados, que habita no coração dos humildes.

As estrelas nasceram para todos assim como a lua cheia e o resplandecente Sol.

Porém, somente enxerga a beleza neste cenário que a Natureza construiu aqueles que vivenciam a paz encontrada nas preces.

A paz que passeia na seara da caridade,, a paz que nasce quando se compartilha a felicidade a paz que saúda cada filho de Deus Pai.

O melhor dos presente é o amor.

Doem amor - 0 amor fraternal que acolhe, ampara restaura.

Repartam, o pão, o carinho, a ternura.

Sejam solidários como o foi Cristo no calvário.

Na viagem de volta, em cujas vias transita a humanidade na perenidade do existir apenas as boas obras nos acompanharão. Nada mais

O melhor dos presentes é o amor desmedido, intenso, sem igual.

Feliz Natal!

(Ana Stoppa)