“Forte soprava o vento...
Parecia, de novo, determinado a derrubar aquela palmeira.
Ela gemia , seus galhos e folhas se agitavam, inquietos.
Envergada, sacudida, ela parecia quase ao chão.
Os grãos de areia que a circundavam, lambiam suas folhas mais longas...
Outras, não resistiam; soltavam-se, subitamente órfãs,
E eram levadas, sem remédio, pela fúria daquele vento inclemente.
A Palmeira, no entanto, mais uma vez, resistia, firmemente fincada à sua raiz.
Determinada,
Guerreira,
Obstinada, a despeito de tantas outras batalhas, como mais esta.
Decidida a não se render às chibatadas daquele vento, que também parecia
Determinado a derrubá-la.
Por vezes, fragilizada pelos constantes embates,
A palmeira se debruçava,
Como se à espera do definitivo golpe.
Nestes instantes, ela se dobrava, sob o rugido daquele vento feroz,
Sabendo que nascera para tombar algum dia;
Mas, não naquela noite,
Não naquela madrugada,
Não desta vez.
E, acariciando o vento que a machucava,
Ela aguardava...
O vento iria embora , em algum momento,
Como em todas as outras vezes,
E era nesta esperança que ela se concentrava.
No momento em que houvesse brisa,
A mais mínima brisa que fosse,
Retomando o fôlego, o tino, a fé,
A palmeira, com prumo e garbo,
Reergueria seus galhos, à espera do esplendor
De mais um dia conquistado.
E quando a Aurora a visse,
Com novas feridas, inevitáveis,
Mas, vitoriosa, mais uma vez,
Mais uma,
De mil batalhas travadas com o mesmo vento,
Abriria um largo sorriso
E brindaria a Palmeira , toda ela, seus galhos e folhas,
Com o mais espetacular dourado
Que sempre traz o sol,
Quando nasce, todas as Manhãs.”
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Grata pela escolha. Imensa a felicidade em ver meus versos lidos, apreciados, escolhidos....Maravilhoso presente. Muito obrigada
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