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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

RAZÃO NA HORA DA RAZÃO, POESIA NA HORA DA POESIA? - Francisco Costa


 
 
 
Francisco Costa
RAZÃO NA HORA DA RAZÃO, POESIA NA HORA DA POESIA?

A pouco, uma salutar polêmica se estabeleceu entre mim e um poeta que me é muito caro, um dos primeiros amigos que fiz no face.
Tudo deveria terminar ali, mas como li afirmações que, infelizmente são as mesmas de políticos e religiosos, e que servem de sustentação à realidade cruel em que vivemos, resolvi levar o meu ponto de vista a todos os amigos que escrevem poemas, assumem-se artistas, porta-vozes do que é humano.
Criou-se um falso conceito, e que é uma afronta à toda a história da Filosofia, de que a razão é um departamento estanque em nossos cérebros, separada de todo o resto,e que deve e pode ser acionada a nosso bel prazer.
Isso justifica seitas loucas, bins ladens, exploração política e econômica... Todas as mazelas que alicerçam esses tristes dias.
Primeiro: toda obra de arte é feita por homens, seja uma escultura, uma peça de teatro ou um poema.
Segundo: todos os seres humanos são racionais, justamente o que os diferem do resto da fauna.
Donde se concui que toda obra de arte é produto da razão humana. Não há como fugir disso.
Não há como separar qualquer atitude, pensamento, intenção ou ato humano, da razão, substituída por inspiração, fé ou lá o que seja.
A inspiração é racional, a fé é racional e, mesmo quando a aparente negação disso norteia crenças e comportamentos, não é por subtração da razão, mas pelo condicionamento dela.
Já que a nossa praia é a arte, ficarei em seus limites: as tentativas de subtração da razão no fazer artístico foram motivos de duas escolas: surrealismo e dadaísmo, ambas abandonadas, por dois motivos: para fugir do racional há que se usar a razão e, seja o que quer que se faça, é um ato intencional, portanto raciocinado, racionalizado.
Não há, não houve e nunca haverá desvinculação de poesia e razão, por absoluta impossibilidade de escrevermos sem pensarmos. Como todo artista, o poeta é um pensador, e o seu trabalho é uma resposta crítica ao mundo que o cerca.
Cada um dos nossos poemas é o resultado de milhares de anos de evolução da literatura; a nossa fé não nasce do nada, é resultado de textos religiosos, doutrinas e pregações.
Nada nasce do nada. Tudo nos chega por um dos sentidos e é pensado, raciocinado (aliás, já postei um poema, chamado “Guaritabe”, para mostrar justamente isso).
Por fim, um argumento mais consistente: se houvesse momentos em que somos racionais e momentos em que não, seríamos todos inimputáveis (não passíveis de punições), porque todas as transgressões e crimes estariam justificadas pela ausência da razão no momento do seu cometimento.
Não pretendo escrever um verso assim: “bd793m* 2@0- cxz”, pois sei que é irracional, não passa pelas informações que a razão de cada um aprendeu na escola. Também não espero que meu tataravô ressuscite agora aqui na minha sala, por mais que eu acredite nos poderes Divinos.
Minha arte e minha fé são racionais, subordinadas ao crivo da razão e, por isso, capaz de ser compartilhada com todos os dotados de razão.
Fugir disso, mais que violar a razão, é aceitar tudo o que esta aí, porque irracional, sem gente por trás, pensando e agindo para manter os próprios privilégios.
Se a obra de arte não fosse produto da RAZÃO, teríamos belos poemas escritos por macacos, girafas e jacarés.
Ainda não li nenhum.

P.S.: na foto, coloquei uma pintura de Salvador Dali. E pergunto: a pretensão de Dali de pintar por associação livre de ideias, sem o uso da razão foi atendida? Como é que ele chegou a essas formas, a essa composição, a essas cores? E aí o esgotamento do surrealismo como escola filosófica, restando como escola estética, já que produziu e produz obras belíssimas, instigantes. Se os gênios não conseguiram se despir da razão, por que conseguiríamos nós?

Francisco Costa
Rio, 24/01/2013.

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