AUTORES NA "ANTOLOGIA VOAR NA POESIA"
Francisco Costa
COISA DE MÃE
Meu filho agora é um caderno inacabado,
a namorada que não virá, um celular
sobre o travesseiro, e que jamais irá tocar.
Meu menino, ainda menino sonhava doce,
E colecionava flores e besouros, pedrinhas
Engatinhando em si o agrônomo romântico
Que um dia certamente viria ser.
Lembro-o só de shorts e camiseta, sorrisos,
Suave e doce, correndo para o meu colo
Ou nas ruas amanhecidas de sol e infância.
Em minha memória espocam flashes
E em todos seu corpo miúdo, depois maior,
Já adolescente tateando esquinas, ruas
Palmeando becos, tateando seus caminhos.
E os diplomas, e o vestibular, a universidade.
Acertei em cheio, engenheiro agrônomo,
Para mais ampliar sua coleção de besouros
E flores, pedrinhas, agora de nomes científicos
E razão de ser, como o meu próprio orgulho.
Sábado foi à boate partilhar safras de sorrisos,
Beijos com a namorada, abraços nos amigos
E até agora não chegou, e ainda espero.
Meu filho agora é um caderno inacabado,
A minha vida, uma vida interrompida.
Francisco Costa
Rio,28/01/2013.
COISA DE MÃE
Meu filho agora é um caderno inacabado,
a namorada que não virá, um celular
sobre o travesseiro, e que jamais irá tocar.
Meu menino, ainda menino sonhava doce,
E colecionava flores e besouros, pedrinhas
Engatinhando em si o agrônomo romântico
Que um dia certamente viria ser.
Lembro-o só de shorts e camiseta, sorrisos,
Suave e doce, correndo para o meu colo
Ou nas ruas amanhecidas de sol e infância.
Em minha memória espocam flashes
E em todos seu corpo miúdo, depois maior,
Já adolescente tateando esquinas, ruas
Palmeando becos, tateando seus caminhos.
E os diplomas, e o vestibular, a universidade.
Acertei em cheio, engenheiro agrônomo,
Para mais ampliar sua coleção de besouros
E flores, pedrinhas, agora de nomes científicos
E razão de ser, como o meu próprio orgulho.
Sábado foi à boate partilhar safras de sorrisos,
Beijos com a namorada, abraços nos amigos
E até agora não chegou, e ainda espero.
Meu filho agora é um caderno inacabado,
A minha vida, uma vida interrompida.
Francisco Costa
Rio,28/01/2013.
Meu filho agora é um caderno inacabado,
a namorada que não virá, um celular
sobre o travesseiro, e que jamais irá tocar.
Meu menino, ainda menino sonhava doce,
E colecionava flores e besouros, pedrinhas
Engatinhando em si o agrônomo romântico
Que um dia certamente viria ser.
Lembro-o só de shorts e camiseta, sorrisos,
Suave e doce, correndo para o meu colo
Ou nas ruas amanhecidas de sol e infância.
Em minha memória espocam flashes
E em todos seu corpo miúdo, depois maior,
Já adolescente tateando esquinas, ruas
Palmeando becos, tateando seus caminhos.
E os diplomas, e o vestibular, a universidade.
Acertei em cheio, engenheiro agrônomo,
Para mais ampliar sua coleção de besouros
E flores, pedrinhas, agora de nomes científicos
E razão de ser, como o meu próprio orgulho.
Sábado foi à boate partilhar safras de sorrisos,
Beijos com a namorada, abraços nos amigos
E até agora não chegou, e ainda espero.
Meu filho agora é um caderno inacabado,
A minha vida, uma vida interrompida.
Francisco Costa
Rio,28/01/2013.
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