Percorrem a Europa actualmente
Trez vultos importantes,
Cuja fama se estende do occidente
Aos povos mais distantes;
De quem se occupa ha tempo em suas prosas
A immortal gazeta,
Contando coisas taes, tão assombrosas,
Que até parecem peta!
Chronologicamente é o primeiro
D. Pedro, o encyclopedico,
Imperador, astrologo, engenheiro
E polyglota e medico!
Traz comsigo uma mala, um guarda-chuva,
Um relogio de sol,
Um panamá, um pente e uma luva,
Tudo assente n´um rol.
Não se pense todavia
Que viaja p'ra gosar;
Elle corre Seca e Meca...
S 'o para dar que fallar.
+++
O outro personagem celebrado,
A quem alludi já,
Que percorre a Europa dando brado,
É sir Midhat-pachá.
É um turco europeu: usa turbante
E usa chapéu alto;
Traz aquelle em wagon, e traz penante
Quando pisa o asphalto.
Também não é p'ra gosar
Que viaja o grão-visir...
Expulso do seu serralho,
Viaja... p'ra distrahir.
O derradeiro vulto, que em demanda
De novos horizontes
Se propõe vêr a França, a Prussia, a Hollanda,
É elle, o grande Fontes!
Ao vêrem-n'o tão cheio d'arrebiques,
Tão bello e escorreito
As duquezas têm caimbras e cheliques,
Chamam-lhe amor-perfeito!
E contudo não viaja
Com o só fim de gosar;
Elle o eximio, elle o formoso,
Viaja... p´ra se mostrar.
Assim, dos trez viajantes que ao presente
Preocupam a gazeta,
É pedante um, o outro indifferente,
E o terceiro pateta.
- Urbano José de Sousa Loureiro, nasceu a 30 de Agosto de 1845, no Porto e faleceu a 10 de Junho de 1880, em São Mamede de Infesta. Ilustre jornalista e escritor. Casou com D. Teresa... de quem teve dois filhos.
Ambos eram filhos de Francisco José de Sousa Loureiro, natural de Viseu, cirurgião, casado com D. Guilhermina Luísa Soares Ribeiro, natural do Porto.
Netos, pela parte paterna, de José de Sousa Loureiro e de Teresa de Jesus, ambos naturais de Viseu.
Um relogio de sol,
Um panamá, um pente e uma luva,
Tudo assente n´um rol.
Não se pense todavia
Que viaja p'ra gosar;
Elle corre Seca e Meca...
S 'o para dar que fallar.
+++
O outro personagem celebrado,
A quem alludi já,
Que percorre a Europa dando brado,
É sir Midhat-pachá.
É um turco europeu: usa turbante
E usa chapéu alto;
Traz aquelle em wagon, e traz penante
Quando pisa o asphalto.
Também não é p'ra gosar
Que viaja o grão-visir...
Expulso do seu serralho,
Viaja... p'ra distrahir.
O derradeiro vulto, que em demanda
De novos horizontes
Se propõe vêr a França, a Prussia, a Hollanda,
É elle, o grande Fontes!
Ao vêrem-n'o tão cheio d'arrebiques,
Tão bello e escorreito
As duquezas têm caimbras e cheliques,
Chamam-lhe amor-perfeito!
E contudo não viaja
Com o só fim de gosar;
Elle o eximio, elle o formoso,
Viaja... p´ra se mostrar.
Assim, dos trez viajantes que ao presente
Preocupam a gazeta,
É pedante um, o outro indifferente,
E o terceiro pateta.
Urbano Loureiro in ORTIGÕES (1876)
www.bibliotequeduvalais.blogspot.com tem 1 exemplar disponivel de ORTIGÕES (1876)(40 €), para adquirir ou saber mais sobre a obra, mencione a intenção em comentários.
- Urbano José de Sousa Loureiro, nasceu a 30 de Agosto de 1845, no Porto e faleceu a 10 de Junho de 1880, em São Mamede de Infesta. Ilustre jornalista e escritor. Casou com D. Teresa... de quem teve dois filhos.
Ambos eram filhos de Francisco José de Sousa Loureiro, natural de Viseu, cirurgião, casado com D. Guilhermina Luísa Soares Ribeiro, natural do Porto.
Netos, pela parte paterna, de José de Sousa Loureiro e de Teresa de Jesus, ambos naturais de Viseu.
Eu estaria interessado em adquirir a obra do Urbano Sousa Loureiro. Como poderia entrar em contacto convosco para esse efeito. Obrigado. Sergio Vieira
ResponderEliminarCaro amigo Sergio Vieira, acaso uitilize o facebook e seja amigo de Voar Na Poesia ou Bibliothèque Du Valais, poderá usar as mensagens pessoais para comunicar, caso não seja esse o caso poderá usar um dos seguintes emails voarnapoesia@gmail.com ou bibliotequeduvalais@gmail.com. Abraço.
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