Sérgio Lizardo
A minha voz, transmudada por ti,
é mesmo feita de carvão
e, com vontade para que assim seja,
o teu ouvido é uma folha de papel.
No meio dela, sussurrando só,
desenho os teus lábios
e, entre um e o outro canto deles,
uma curva. Como se sorriso fosse.
Como o sorriso que tu dás então:
no polegar que te cobre a boca
e na palma que traz o teu rosto.
Para te beijar. Mas beijar mesmo.
Que platónico não sou, e te desejo,
e te quero: grudada na minha alma.
Sérgio Lizardo
Sem comentários:
Enviar um comentário