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sábado, 20 de abril de 2013

LABIRINTO DE PALAVRAS um novo livro de Conceição Oliveira

 

Prefaciado pelo poeta Xavier Zarco LABIRINTO DE PALAVRAS é uma obra poética que se encontra dividida em três ciclos não completamente fechados: CATARSES -DAS SAUDADES … DOS AFECTOS - MOMENTOS E ESPAÇOS.

O título traz-nos, desde logo, uma ideia dual, um desígnio que a palavra em nós desperta: o Labirinto de Creta (onde existiu, segundo a mitologia clássica, um Minotauro sanguinário…e o estratagema de Ariadne para que o seu amado Teseu pudesse regressar, caso escapasse ileso do confronto com o monstro, um simples fio que o guiasse na saída…por outro lado, e, ainda, sob a égide da mitologia grega, podemos relembrar as personagens de Dédalo, o arquitecto e seu filho Ícaro, sendo este último, inclusive, referido no poema intitulado, justamente, ”Labirintos”).

Há ainda outras referências clássicas nos poemas “Em busca de Cnossos” e “Mar de Creta”.

O labirinto, então, como caminho inçado de paredes intransponíveis obrigando-nos a voltar atrás repetidamente, desorientando-nos e perdendo-nos. Metáfora perfeita, quase obrigatória, para a complexidade e as aporias da vida que frequentemente nos oferece, a par das alegrias e prazeres, sofrimentos incompreensíveis. Insuportáveis por vezes.

O pensamento e o sentir como labirinto onde nos podemos enredar, porque muitas das questões sobre a existência, a vida e a morte conduzem a becos sem saída, a mistérios paredes contra os quais não temos defesa. A ansiedade, a angústia e o sofrimento psicológico estão sempre no caminho deste “LABIRINTO”.

Os medos e as revoltas fazem-se sentir não só através de um Eu lírico mas também incidindo sobre preocupações alargadas aos males sociais, ao sofrimento alheio. (“Meninos de Rua”; “Aos Meninos do Silêncio”; “Campos vazios”; “Pássaros do vazio”;)

Podemos constatar ainda que existem nesta obra “laivos ideológicos” (“Cecília Sacramento”; “Catarina Eufémia”; “25 de Abril”; “1º de Maio”; “Este é o tempo”) entre outros.

Se por um lado se sente uma necessidade de exteriorizar a memória, dizendo-a através da palavra poética, organizando assim a matéria: sombras, escombros, ruídos, imagens…, num autêntico labirinto, por outro vai-se criando a precisão do voo, o sair dessa mesma criação.

Este movimento de saída está bem patente no ciclo com que a obra finaliza: “Momentos e espaços” tentando dizer que, ainda que partindo, esse instante é sempre um ponto onde urge regressar. A memória vai-se fazendo, reorganizando, assumindo-se como pedra basilar dos poemas. É pois uma construção de memória, em tempo real, psicológico ou fictício, da própria poetisa ou da sua imaginação. Tanto faz a quem lê. Não carece dessa informação, antes precisa de entrar por entre as palavras e descobrir essas pedras que ergueram o LABIRINTO onde as asas se escondem…

 

Conceição Oliveira

 
 
 
 
 
LABIRINTOS

 

Soprava o vento

Era o Sul

Agreste, sibilante

Tempestade vacilante

 

Mau tempo anunciava …

 

Acesa a discussão

Mergulhámos

Em ruas de podridão

E perdemo-nos…

No vazio

Dos labirintos

De Ícaro

Iniciámos o caminho

Da solidão

A sombra

De paixões acontecidas,

Na volúpia do passado

Reciclámos.

 

E foi Assim, que,

Nos labirintos

Da saudade

De carícias esquecidas

E do amor cruzado

Voltámos...

 

Conceição Oliveira in “LABIRINTO DE PALAVRAS”

 
 
 

AMANHECER NA DISCÓRDIA…

 

Sempre que amanhece

Em tempos de discórdia

A luz incerta do dia

Reactiva as dores da véspera

Folheando as palavras

Esquecidas

Na diáspora

Proferidas

Num lamento,

A manhã

Apodera-se dos meus ais

E toma o teu lugar

Os sorrisos

Que fertilizavam a memória

Na ferocidade do tempo

À passagem dos vampiros

Embalam-me o pensamento

E a manhã assimila

E comove-se

Do meu lamento.

 
 
 

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