(Num dos primeiros anos do século actual foi abandonada junto à Fonte do Vido, no lugar do Barreiro, freguesia de Font'Arcada, uma creança recém-nascida do sexo feminino, tendo pregado às roupas que a envolviam um bilhete com a quadra seguinte: )
(A quadra acima era do 16 de Infantaria que se havia julgado mais que suficiente para combater o movimento.
José da Paixão de Carvalho Bastos (14 de Abril de 1870 — 13 de Dezembro de 1947), foi um escritor e jornalista português. Assinava os seus trabalhos jornalísticos e histórico-literários como Paixão Bastos.
Nasceu no coração da vila da Póvoa de Lanhoso, filho do comerciante António de Carvalho Bastos e de D. Joaquina Rosa Pereira. Seu pai foi um dos grandes comerciantes das terras de Lanhoso no século XIX, tendo possuído vários estabelecimentos e comercializando mercearias, roupas e viagens (era representante da Mala Real Inglesa), para além de ser delegado local de companhias seguradoras e bancos, entre os quais o Banco de Portugal.
O casal tinha cinco filhos, três rapazes e duas raparigas (Albino Osórido de Carvalho Bastos, Amélia Bastos, Paixão Bastos, Genoveva Bastos e João Albino de Carvalho Bastos).
Paixão Bastos concluiu os estudos básicos na terra natal, numa escola construída pelo Conde de Ferreira. Pelos onze anos, os pais ainda pensaram em o fazer emigrar para o Brasil, ao cuidado de familiares que tinham comércio na cidade do Rio de Janeiro mas, dada a fraca estatura do rapaz, preferiram enviá-lo para a cidade de Braga.
Queriam que fosse padre e por isso, nos dois primeiros anos, estudou no Colégio Académico de Guadalupe, ligado à Igreja. Aos catorze anos, porém, o rapaz decidiu que a vida de clérigo não era o que para si desejava, pelo que se transferiu para o Liceu da cidade. Demonstrou desde muito cedo profundas inclinações liberais e republicanas, das quais fez eco em vários jornais, nos quais passou a colaborar.
A partir dos dezassete anos tornou-se um boémio. Dedicou-se ao teatro, às serenatas e às andanças nocturnas pela cidade dos arcebispos. Quando não vagabundevava, acompanhado por amigos, entre os quais se destacavam algumas das figuras intelectuais de referência no distrito dessa época, dedicou-se ao jornalismo, tornando-se colaborador de semanários daquela cidade. O resultado de tudo isto é que, aos 23 anos de idade, ainda não tinha concluído os "preparatórios", faltando-lhe aprovação à disciplina de Latim.
Desentendido com seu pai, que não via os resultados práticos do investimento que vinha fazendo com os estudos do filho, regressou à Póvoa de Lanhoso, onde se estabeleceu com uma casa comercial chamada "Loja do Povo". Pouco tempo depois, porém, fez o curso de solicitadores em Lisboa, passando a exercer essa profissão na sua terra.
No dia 14 de Maio de 1896, vem a casar-se com Emília do Patrocínio Barbosa Bastos, filha de um rico comerciante de Lanhoso, com quem teve cinco filhos. Três deles morreram de tenra idade. A esposa viria a falecer, também, em 12 de Dezembro de 1902.
Em 1905 voltaria a casar-se com Maria Glória Ferreira Sampaio. Mas também este casamente seria breve: a segunda esposa morreria de doença pulmonar menos de um ano após o casamento.
Passou então a dedicar-se ao jornalismo, tendo fundado vários jornais ("A Póvoa de Lanhoso", "O Povo de Lanhoso" e "A Gazeta Democrática") e dirigido outros ("A Maria da Fonte").
Anos mais tarde, concorreu ao lugar de Escrivão Direito, profissão que desempenhou nas comarcas de Cabeceiras de Basto, Esposende e Vieira do Minho.
A sua faceta mais conhecida foi, contudo, a de escritor, tendo publicado:
Em 2004, a Editorial Ave Rara viria a reeditar o seu opúsculo "Maria Luísa Balaio ou a Maria da Fonte". Em 2007, ainda com chancela da mesma editora, foi publicada, com o título "Paixão Bastos (1870-1947) — Vida e Obra de um Escritor da Província", a sua biografia, da autoria de José Abílio Coelho.
in wikipédia
Eis-me exposta junto à linfa
Que aqui mana neste monte,
Serei dela a clara ninfa,
Serei Maria da Fonte.
HINO DA MARIA DA FONTE
Baqueou a tirania;
Nobre povo, és vencedor;
Generoso, ousado e livre
Demos glória ao teu valor.
Eia avante Portugueses!
Eia avante! Não temer!
Pela Santa liberdade
Triunfar ou perecer!
Algemada era a nação,
Mas é livre ainda uma vez;
Ora, e sempre, é caro à Pátria
O heroísmo português.
Eia avante Portugueses!
Eia avante! Não temer!
Pela Santa liberdade
Triunfar ou perecer!
Lá raiou a liberdade
Que a nação há-de aditar!
Glória ao Minho que primeiro
O seu grito fez soar.
Eia avante Portugueses!
Eia avante! Não temer!
Pela Santa liberdade
Triunfar ou perecer!
Segue, ao povo, o belo exemplo
De tamanha heroicidade;
Nunca mais deixes tiranos
Ameaçar a liberdade.
Eia avante Portugueses!
Eia avante! Não temer!
Pela Santa liberdade
Triunfar ou perecer!
Fugi, déspotas, fugi,
Vós algozes da nação!
Livre a Pátria vos repulsa.
Terminou a escravidão.
Eia avante Portugueses!
Eia avante! Não temer!
Pela Santa liberdade
Triunfar ou perecer!
(A letra do hino é de Paulo Midosie e a musica do maestro Frondoni. Foi cantada a primeira vez no dia 24 de Junho de 1846)
OUTRAS QUADRAS
- Viva a Maria da Fonte
Co'uma pistola na mão,
Para matar os Cabrais
Que são falsos à nação!
- Viva Maria da Fonte
De nome tão magestoso;
Em Font'Arcada nascida
Do concelho de Lanhoso.
Do concelho de Lanhoso.
- Retirou-se a heroína
Sem a ninguém ofender;
Dizendo - «Viva a Raínha,
Cabrais fora do poder!»
As sete mulheres do Minho,
Mulheres de grande valor,
Armadas de fuso e roca
Correram o regedor.
O povo não vale nada
Os guerrilhas nada são
Onde chega o 16
Treme a terra bole o chão
(A quadra acima era do 16 de Infantaria que se havia julgado mais que suficiente para combater o movimento.
Essa mulher lá do Minho,
Que da fouce fez espada,
Há-de ter na luza história
Uma página dourada.
MARIA DA FONTE!
Viva a Maria da Fonte,
Com as pistolas na mão,
Para matar os Cabrais
Que são falsos à nação.
Eis avante portugueses,
Eis avante e não temer,
Pela Pátria e Liberdade
Eis avante e não temer,
Pela Pátria e Liberdade
Triunfar até morrer.
Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair,
Com as pistolas à cinta
A tocar a retinir.
Eis avante portugueses,
Eis avante e sem temer
Pela Pátria e Liberdade
Batalhar até morrer.
Paixão BASTOS in
Maria Luiza Balaio ou Maria da Fonte (1946)
www.bibliotequeduvalais.blogspot.com tem um exemplar de Maria Luiza Balaio ou Maria da Fonte (1946) (30 €). Para o adquirir ou saber mais sobre ele mencione a intenção em comentários.
www.bibliotequeduvalais.blogspot.com tem um exemplar de Maria Luiza Balaio ou Maria da Fonte (1946) (30 €). Para o adquirir ou saber mais sobre ele mencione a intenção em comentários.
Nasceu no coração da vila da Póvoa de Lanhoso, filho do comerciante António de Carvalho Bastos e de D. Joaquina Rosa Pereira. Seu pai foi um dos grandes comerciantes das terras de Lanhoso no século XIX, tendo possuído vários estabelecimentos e comercializando mercearias, roupas e viagens (era representante da Mala Real Inglesa), para além de ser delegado local de companhias seguradoras e bancos, entre os quais o Banco de Portugal.
O casal tinha cinco filhos, três rapazes e duas raparigas (Albino Osórido de Carvalho Bastos, Amélia Bastos, Paixão Bastos, Genoveva Bastos e João Albino de Carvalho Bastos).
Paixão Bastos concluiu os estudos básicos na terra natal, numa escola construída pelo Conde de Ferreira. Pelos onze anos, os pais ainda pensaram em o fazer emigrar para o Brasil, ao cuidado de familiares que tinham comércio na cidade do Rio de Janeiro mas, dada a fraca estatura do rapaz, preferiram enviá-lo para a cidade de Braga.
Queriam que fosse padre e por isso, nos dois primeiros anos, estudou no Colégio Académico de Guadalupe, ligado à Igreja. Aos catorze anos, porém, o rapaz decidiu que a vida de clérigo não era o que para si desejava, pelo que se transferiu para o Liceu da cidade. Demonstrou desde muito cedo profundas inclinações liberais e republicanas, das quais fez eco em vários jornais, nos quais passou a colaborar.
A partir dos dezassete anos tornou-se um boémio. Dedicou-se ao teatro, às serenatas e às andanças nocturnas pela cidade dos arcebispos. Quando não vagabundevava, acompanhado por amigos, entre os quais se destacavam algumas das figuras intelectuais de referência no distrito dessa época, dedicou-se ao jornalismo, tornando-se colaborador de semanários daquela cidade. O resultado de tudo isto é que, aos 23 anos de idade, ainda não tinha concluído os "preparatórios", faltando-lhe aprovação à disciplina de Latim.
Desentendido com seu pai, que não via os resultados práticos do investimento que vinha fazendo com os estudos do filho, regressou à Póvoa de Lanhoso, onde se estabeleceu com uma casa comercial chamada "Loja do Povo". Pouco tempo depois, porém, fez o curso de solicitadores em Lisboa, passando a exercer essa profissão na sua terra.
No dia 14 de Maio de 1896, vem a casar-se com Emília do Patrocínio Barbosa Bastos, filha de um rico comerciante de Lanhoso, com quem teve cinco filhos. Três deles morreram de tenra idade. A esposa viria a falecer, também, em 12 de Dezembro de 1902.
Em 1905 voltaria a casar-se com Maria Glória Ferreira Sampaio. Mas também este casamente seria breve: a segunda esposa morreria de doença pulmonar menos de um ano após o casamento.
Passou então a dedicar-se ao jornalismo, tendo fundado vários jornais ("A Póvoa de Lanhoso", "O Povo de Lanhoso" e "A Gazeta Democrática") e dirigido outros ("A Maria da Fonte").
Anos mais tarde, concorreu ao lugar de Escrivão Direito, profissão que desempenhou nas comarcas de Cabeceiras de Basto, Esposende e Vieira do Minho.
A sua faceta mais conhecida foi, contudo, a de escritor, tendo publicado:
- "Abraços e Beijos" (1905),
- "Alma em Lágrimas (sem data),
- "No Coração do Minho; A Póvoa de Lanhoso Histórica e Ilustrada" (1905),
- "Maria Luísa Balaio ou A Maria da Fonte" (1946) e
- "História de Santa Cristina de Bragança" (sem data).
Em 2004, a Editorial Ave Rara viria a reeditar o seu opúsculo "Maria Luísa Balaio ou a Maria da Fonte". Em 2007, ainda com chancela da mesma editora, foi publicada, com o título "Paixão Bastos (1870-1947) — Vida e Obra de um Escritor da Província", a sua biografia, da autoria de José Abílio Coelho.
in wikipédia
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