Sou eu poeta? Às vezes, penso e digo,
Não sou poeta, não.
Não sou poeta porque não consigo
Vencer o que em mim há de imperfeição.
Sou eu poeta? E muitas vezes penso
E sinto que o não sou.
Ser poeta é ter um voo mais extenso,
É ter um outro voo.
Sou eu poeta? Às vezes isso mesmo
Me custa acreditar.
Que ser poeta é amar a vida inteira, a esmo,
E infelizmente eu não a posso amar.
Sou eu poeta? Um vento de sol-posto
Passa junto a mim, numa vertigem.
E como o vento eu sofro de um desgosto
De que não sei nem saberei a origem.
Mas ser poeta é qualquer coisa mais.
É ter sublimes adivinhações.
É ser, tal como são os imortais,
Da estirpe de Camões.
Alfredo Brochado, in "Bosque Sagrado"
www.bibliothequeduvalais.blogspot.com tem um exemplar de BOSQUE SAGRADO Poemas (1949) 25€. Para o adquirir osu saber mais sobre a obra, mencione a intenção em comentários.
Pouco sabemos sobre Alfredo Brochado, apenas que o seu nome completo era Alfredo Monteiro Brochado, nascido em Amarante a 3 de Fevereiro de 1897 e que se suicidou em Lisboa a 16 de Maio de 1949.
Foi também fundador da Ícaro, uma revista dedicada à poesia e prosa, editada em Coimbra e dirigida por Ernesto Gonçalves.
A primeira edição desta revista,foi publicada em Julho de 1919 e os seus fundadores foram:1João Cabral do Nascimento - Luís Vieira de Castro - Alfredo Brochado e Américo Cortez Pinto.
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