"POEMA DA SEMANA" 4/2013
01.02
Menção Honrosa
01.02
Menção Honrosa
PRESENTE HELÊNICO
És ópio, e de ópio me viciei!
És a corrupção da flor
Que os antigos helenos
À Hipócrates consagraram
No altar da medicina!
Corrompes a benevolência,
A beleza e a inocência
Que a Mãe Natura
Com amor e ternura
A todos – sem distinção – regala!
És o castigo dos deuses
Aos “comedores de pão”
Por desfrutarem de dádivas iméritas,
Fruto de titânica traição!
És o modelo grego de Pandora
– com uma coroa de papoulas adornada –
Por Hefesto e Atena criada
Sob as ordens do Tonante
És ópio, e de ópio me viciei!
És a corrupção da flor
Que os antigos helenos
À Hipócrates consagraram
No altar da medicina!
Corrompes a benevolência,
A beleza e a inocência
Que a Mãe Natura
Com amor e ternura
A todos – sem distinção – regala!
És o castigo dos deuses
Aos “comedores de pão”
Por desfrutarem de dádivas iméritas,
Fruto de titânica traição!
És o modelo grego de Pandora
– com uma coroa de papoulas adornada –
Por Hefesto e Atena criada
Sob as ordens do Tonante
Para entorpecer e castigar aos homens!
Os deuses tornaram-te irresistível
E de cada um virtudes recebeste,
Mas estes presentes ignoraste
E de Hermes os presentes preferiste:
A mentira e a perfídia para cumprir
Dos Sempiternos os cruéis desígnios!
És a insídia meticulosamente desenhada
Para aos homens prover infelicidade
Ou uma falsa felicidade – engodo!
És a ilusão disfarçada de esperança,
Na escuridão do jarro encerrada,
Para os homens cruelmente ludibriar
E a uma falsa felicidade agrilhoar!
Abriste o jarro – vulgarmente
chamado de caixa – e a desdita
Está feita – não pode ser desfeita:
todos os males irremediáveis!
Não mais iludir-me-ei
Os deuses tornaram-te irresistível
E de cada um virtudes recebeste,
Mas estes presentes ignoraste
E de Hermes os presentes preferiste:
A mentira e a perfídia para cumprir
Dos Sempiternos os cruéis desígnios!
És a insídia meticulosamente desenhada
Para aos homens prover infelicidade
Ou uma falsa felicidade – engodo!
És a ilusão disfarçada de esperança,
Na escuridão do jarro encerrada,
Para os homens cruelmente ludibriar
E a uma falsa felicidade agrilhoar!
Abriste o jarro – vulgarmente
chamado de caixa – e a desdita
Está feita – não pode ser desfeita:
todos os males irremediáveis!
Não mais iludir-me-ei
Com teus lábios de mel
E teu ópio perfume:
Ao chão atiro o jarro
E a (falsa) esperança
Se esvai, desvanece,
Evapora – à grandiosa
morada olímpica retorna!
E diante de teu olhar perplexo, oh mulher
Pandora, dou-te as espáduas e parto
Em busca da casta filha de Ártemis
– com uma coroa de Amarílis adornada –
Pois não serei tolo como os troianos
– de Odisseu dispenso o ardil –
E muito menos tolo como Epimeteu
– de Zeus dispenso o insidioso regalo!
Jair F. da Silva Jr.
05/12/2012
Foto: Eva Prima Pandora, de Jean Cousin, o Velho (1550).
E teu ópio perfume:
Ao chão atiro o jarro
E a (falsa) esperança
Se esvai, desvanece,
Evapora – à grandiosa
morada olímpica retorna!
E diante de teu olhar perplexo, oh mulher
Pandora, dou-te as espáduas e parto
Em busca da casta filha de Ártemis
– com uma coroa de Amarílis adornada –
Pois não serei tolo como os troianos
– de Odisseu dispenso o ardil –
E muito menos tolo como Epimeteu
– de Zeus dispenso o insidioso regalo!
Jair F. da Silva Jr.
05/12/2012
Foto: Eva Prima Pandora, de Jean Cousin, o Velho (1550).
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