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Desde 17 de Agosto 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

RESIGNAÇÃO

Sonhei como se sonha, arquitectando
A vida como nunca p'ra mim fora!...
E atrás duma ilusão vou suportando
A cruz que o meu destino não melhora.

Mas sonhos lindos viverei sonhando...
Há-de chegar a hora redentora
Das mágoas que em meu peito fui juntando,
Das lágrimas choradas, vida fora!

Depois dum Mal, um doce Bem floresce.
E um dia então será doirada messe
O grande Amor que em mim sinto vibrar.

Pior que o meu Destino, deve ser
O de alguém que na vida não tiver
Um coração por quem possa chorar!

Elísio de Vasconcelos

in POLIEDRO-Sonetos e Outras Poesias (1946)


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Elísio de Vasconcelos (1915 -1965)
Professor e poeta

Elísio de Vasconcelos nasceu em 1915, no Brasil, no Estado do Maranhão, onde seus pais se encontraram emigrados, tendo decidido regressar a Portugal pouco depois do seu nascimento, fixando-se em Monsul ,freguesia da Povoa de Varzim, onde possuíam algumas propriedades.
Aí, Elísio de Vasconcelos  frequentou o ensino básico tendo após o seu término ido estudar no Colégio de Guimarães. Mais tarde, deslocou-se para a cidade invicta (Porto), tendo concluído a preparação para ingressar no colégio João de Deus. O seu trajecto académico viria a ser concluído na Faculdade de Farmácia da mesma cidade, onde se licenciou como farmacêutico-químico, tendo voltado nessa altura à Povoa de Varzim onde resisiu até 1933.

Não se sentindo realizado com a vida na aldeia, em 1934 voltou ao Porto, onde fixou residência e passou a exercer como químico-analista num laboratório dessa cidade.
Elísio de Vasconcelos foi mais um desses homens que, tendo estudado ciências, o amor era outro..... Letras!
Casou com D. Maria da Glória de Moura Direito de Vasconcelos, passando a residir, primeiro, na rua de Antero de Quental, mudando-se meses depois para a Rua do Bonjardim. Esta ligação não gerou herdeiros.
Após se ter casado Elísio de Vasconcelos deixou a sua actividade de químico para se dedicar à docência, tornando-se professor no Colégio João de Deus onde havia sido estudante.
Seria, neste colégio e por iniciativa dos seus alunos que viria à luz o seu primeiro livro, intitulado “A saltar uma fogueira” (Porto, Edições Inicial, 1945), e no qual o poeta publicou um conjunto de sessenta e duas quadras “sanjoaninas”.
Com
 trinta anos, a sua veia poética não parava de jorrar. Iniciou colaboração em vários periódicos, entre os quais o semanário povoense “A Maria da Fonte”. E, ainda em 1945, veio a público o seu segundo livro, “Poliedro. Sonetos e outras poesias” (Porto, Livraria Portugália, 1945), seguindo-se-lhe “A ternura que me deste” (Porto, Livraria Figueirinhas, 1946).
A crítica acolheu muito bem os seus três volumes de poesia aos quais teceu as mais elogiosas referências  nos diários nacionais de maior expressão, de A Tarde ao Primeiro de Janeiro, ao Comércio do Porto, a O Século ou ao Diário da Manhã.
A revista O Inicial, órgão literário e artístico do Colégio João de Deus, publicou em Dezembro de 1945 uma extensa matéria sobre “A ternura que me deste” de onde extraímos o seguinte trecho: “Elísio de Vasconcelos é um poeta. Acentuamos. Repetimos. Poeta no sentido integral e quase maravilhoso do vocábulo. Eis a agradável convicção que a leitura desde livro nos dá […]. Como artista, Elísio de Vasconcelos é escravo de si mesmo. Isto é, da caudalosa fluência do sentimento lírico, que nele tudo inunda, subverte e vence. A onda da poesia transborda incessantemente do seu peito. Alastra em impulsos irreprimíveis. Vibra em estos viris. E na sua humildade adorável reflecte assim qualquer coisa de grandioso e olímpico”.

 
Nos finais da década de 1940, Elísio de Sousa Vasconcelos sente o "chamamento da pátria-mãe" decidindo deixar a docência para regressar ao Brasil.
Ali chegado instalou-se na sua cidade natal onde, na Universidade Estadual do Maranhão, passou a leccionar Farmácia e Língua Portuguesa, atingindo, poucos anos depois, a cátedra. Desempenhou também funções oficiais, chegando a ocupar o alto cargo de secretário do governo maranhense.
Inconstante como quase todos os poetas, em 1960 voltou a mudar de cidade, fixando-se desta vez no Rio de Janeiro onde foi contratado para ensinar em dois dos mais prestigiados colégios da cidade: o D. Pedro II e o Estadual Sousa Aguiar.
Foi ainda redactor especial do jornal “A Voz de Portugal” e, mais tarde, de “o Mundo Português”.
Em finais de 1963 regressou a Portugal, numa viagem de saudade. Estanciando em Monsul, ali permaneceu por longos meses, aproveitando para viajar por todo o norte de Portugal. Regressou à cidade maravilhosa em meados de 1964, mantendo as actividades de professor e jornalista.
Mas não o seria já por muito tempo: a morte surpreendeu-o aos 50 anos de idade, no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro onde se fizera internar pouco tempo antes. O seu corpo encontra-se inumado num dos cemitérios dessa cidade que para ele foi a ultima, Rio de Janeiro.
 
 

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