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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

À FLOR DA PELE - Luciano Tomás


Luciano Tomás
 
À FLOR DA PELE
Como as emoções esvoaçam
E se ligam a figuras
Correm o ciclo O hemiciclo lunar
Dão voltas Dão comigo às voltas
Escarafuncham as memórias
Que saltam como mola
Por entre lágrimas De satisfação
Ou causam dor De abrupta violência
Essas emoções Que não se conseguem congelar
Guardar pra outros momentos Mais próprios
Que as possamos receber
Ou enfiar na gaveta E esquecer
Por enquanto
Não
Elas ficam mais Massacram
Lançam ácido na minha caixa
De memórias
E vão-se Consomem-se
Emoções são um avião
Rapidamente Com impacto
Faz-se à pista
Resguarda-se no hangar do meu cérebro
Por ali permanece
Reabastece-se Levanta voo
E vai Célere Desaparece no horizonte
Rumo ao infinito
O rasto só a borracha queimada Na pista
A marca Essa ficou Na memória
Que deixou Por apagar alguém o há de ou não
Eu fiquei com a imagem que se esfuma
No fogo dos dias que sucedem
E consomem os neurónios.
Correm nuas Pelos labirintos
Deste quintal
Agitando as asas
Que já não são suas
Roubadas durante a noite
Levantam voo picado
O pescoço Inclinado à ré
Procurando o zénite
Perdido do alcance da vista
Ah se as emoções fazem chorar
Deixam no ar um perfume
De violeta ou rosa
Jasmim
E quando o cinzento do céu Nos invade
E os olhos se fecham Percorrendo o infinito
Giram em torno do jarrão
Aperaltado Com as pétalas secas do cardo
Que por aí colhi Não pelo odor
Antes pelo rigor da forma
E temperamento.
Ali estão Quietas
Tristes À minha frente
Se lhes toco Picam
E partem-se Desfazem-se
No chão Já nada significam
Ensombradas Pardacentas
Escondidas na penumbra da noite
Até que uma vassourada As remova
E na memória permanecem
Oh as emoções
Já são amarelas Icterícias
Cadavéricas
Já não me surpreendem
O coração está mais duro Mirrado
Não bate tantas vezes
E a alma? Será que ainda anima?
Será que a tenho?
Não sei Não a vejo Não a sinto
Nebuloso ou transcendente?
Abstrato?
Mas sinto vida E entendo-me criatura
Não sopra como a brisa de norte
Que talvez me traga outra emoção
Arrepia-me Cutânea
Do momento
Deixo o coração Deixo a alma
Largo tudo Procuro razão
E parto em busca do “eu”
Disfarçado de “imperturbável”
E “valentão das dúzias”
Não… Não quero dizer
Que estou emocionado
Por não saber quem sou
Nem ao que vou
Não me atrevo a pronunciar
Que outra me invadiu
Isso agora Já é coisa de fracos
Homem que o é Não mostra
Esse lado piegas
Faz-se forte Aguenta Estoico
E se não conseguir Se fraquejar
Quando a dor é maior que o furor
Esconde-se E berra Grita
Chora
Sem que ninguém note
E bem longe do mundo
De circunstância
Assalta-me a melancolia
Sentado no morro Junto à praia
A olhar o mar
O céu charmoso Salpicado
De leves flocos de algodão
As gaivotas que sobrevoam
E nada me dizem Passam indiferentes
Não me ligam E continuam.
Ao final da tarde
Vejo lá longe Bem longe
Passar uma cidade flutuante
Dizem Um paquete
Vi-o n cais A despejar gente
Como formigas famintas
Apressadas
Agora ruma ao oceano
Com sete mil olhos Que comeram todas as ruas
Tasquinhas da baixa E do bairro
Da Sé d’Alfama e Mouraria
Esses sete mil Que me observam
Eles correm mundo
Vieram saber Lisboa
E já se vão
À tona Deslizam Ébrias
Injetadas pela brisa do Tejo
Dizem que o oceano
Não se mede em quilómetros
Será que tem fim?
Oh emoção!
Os minutos não contam
As pedras não mexem
O céu escurece E assalta-me
Um remoinho de ansia
Um reflexo de despertar
Uma flecha de Cupido
Reboliço De paixão
Olho esbugalhado Holofote
Reconhecido Sempre disfarcei
Publicamente Não assumi
Desde o primeiro projeto De vida
Puto inconformado Já não consigo reprimir
Permaneço apaixonado.
Rebusco E encontro motivação
Sentir Respirar Observar
Luz do sol Água Mar Céu azul
Ar Horizonte Infinito
Rios de pensamentos corridos
Interligados Entrelaçados
"Kamasutram" No gozo dos sentidos
Preceito moral Ritual Desejo
Amo a Vida
Amo as pessoas Que se permitem amar.

LUMAVITO, 12/01/2015

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