AZAS
Erguei o surto, voae, erguei o cantido, ide
e bebei nesse azul inefável e eterno.
A existência é um arneiro onde nasce uma vide
A existência é um arneiro onde nasce uma vide
entre as torgas, o ideal. A poesia é um falerno.
UM LIVRO
Um livro aberto é como duas azas.
Essa é que colhe, essa volante mão,
flor, o agridoce néctar que extravazas
feito de magua e feito de ilusão.
Um livro aberto é como duas azas,
que têm o ninho e têm a imensidão!
Pombas que vôam mansas sobre as casas...
aguias frementes que ás alturas vão!
Alma, em que anceio e duvida te abrazas?
Que treva e dor te oprimem, coração?
Um livro aberto é como duas azas!
Versos, sois livres! voae da escuridão!
Versos, sois livres! voae da escuridão!
D'este immenso paul, de hórridas vasas,
límpidos voae á límpida mansão!
Roseas neblinas d'estas ondas rasas,
pranto irisado, rosiclér do chão!
Debalde prostras a matéria e arrasas,
dor, a esperança, o sonho, a crença... em vão!
Renasce a phenix das cinéreas brazas!!
Tudo se extingue, mas a idéa não.
Tudo se extingue, mas a idéa não.
Um livro aberto é como duas azas,
que têm o ninho e têm a imensidão!
Pombas que voam mansas sobre as casas...
aguias frementes que ás alturas vão!
aguias frementes que ás alturas vão!
Eugénio Savard
in AZAS (1897)
in AZAS (1897)
www.bibliothequeduvalais.blogspot.com tem 1 exemplar disponivel de AZAS (1897) (40€), para o adquirir ou saber mais sobre a obra, mencione a intenção em comentários.
EUGÊNIO Júlio SAVARD Saint Brisson
Nascido no Estado do Rio de Janeiro a 13 de novembro de 1865 e falecido em Niterói a 13 de dezembro de 1899.
Acadêmico de medicina, não concluiu o curso.
Foi um parnasiano tardio, seu único livro de versos Asas.
Foi colaborador em vários jornais e revistas em Portugal, tanto do Porto como de Lisboa.
Nascido no Estado do Rio de Janeiro a 13 de novembro de 1865 e falecido em Niterói a 13 de dezembro de 1899.
Acadêmico de medicina, não concluiu o curso.
Foi um parnasiano tardio, seu único livro de versos Asas.
Foi colaborador em vários jornais e revistas em Portugal, tanto do Porto como de Lisboa.
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